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Está tudo bem por aqui?

"Está tudo bem por aqui?"

Está tudo bem por aqui?
No sábado, 21 de setembro de 2013, fui ao Rio levar minha esposa para fazer um exame médico e sai de lá muito chateado.

Enquanto esperava, às 16h desci para ver o entardecer e dar uma olhada em meu carro, estacionado nas proximidades e repentinamente dois rapazes pararam próximo a mim e me pediram uma informação, enquanto eu passava a informação para os dois rapazes, parou um carro da policia Militar próximo a nós e um dos policiais desceu da viatura e dirigindo-se a mim fez a seguinte pergunta, "Está tudo bem por aqui?", eu disse que sim e ele olhou para os rapazes, pediu documentos, revistou os bolsos dos mesmos e logo após entrou novamente na viatura e foi embora.

Bom, eu fiquei sem jeito e pedi desculpas aos dois rapazes negros que me pediram a informação pela atitude racista do policial branco que não me revistou e nem perguntou meu nome, mas tratou com racismo os dois rapazes.

É sempre assim, um homem branco parado na rua é transeunte, um negro é suspeito.

Até quando isso vai continuar?

Entendo que o Rio de Janeiro está cada vez mais violento, mas a cor do ser humano não é a expressão de seu caráter ou índole.
Perguntei aos rapazes se eles queriam oferecer queixa na delegacia que eu iria com eles, mas eles disseram que o máximo que eles conseguiriam andando ao meu lado seria serem presos por sequestro.

Termino com um breve poema de Bertold Brecht

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Com tristeza e vergonha / Daniel Alves Pena

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